Balneário Camboriú e Itapema têm bom desempenho em ranking de preços de imóveis
Dono da segunda menor área entre os municípios de Santa Catarina, Balneário Camboriú figura entre as cidades com o metro quadrado mais caro do país quando o assunto é lançamento de imóveis. O sexto lugar neste ranking foi confirmado pelo Guia de Imóveis da Revista Exame, que traz dados de levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 159 municípios brasileiros. A publicação de maio também destaca Itapema como uma das seis únicas cidades em que os valores dos empreendimentos usados subiram mais do que a inflação em 2015.
Nos dois casos, o apelo turístico, a qualidade de vida referendada por estudos do IBGE e o alto padrão de potenciais clientes são fundamentais para o mercado imobiliário se manter em alta em meio à crise econômica. Em Balneário Camboriú, 95% das quase 2 mil unidades habitacionais em construção hoje são voltadas para o mercado de luxo e alto luxo, com valores que variam de R$ 1,5 milhão e R$ 30 milhões. Nesse cenário, a redução da oferta – a cidade constrói atualmente menos da metade do que em 2012 – acaba valorizando os apartamentos.
– Há uma soma de fatores, desde a revisão do plano diretor até a burocracia de órgãos ambientais que atrasa liberações. Isso faz com que a diminuição da oferta acompanhe a redução da demanda que ocorre por conta da crise, mantendo os preços altos do metro quadrado – diz o presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Balneário Camboriú, Carlos Humberto Metzner Silva.
De acordo com ele, Balneário também sofreu o efeito de um decreto que suspendeu a aprovação de projetos por mais de dois anos e terminou em 2015.
Na vizinha Itapema, o panorama não é diferente. Análise do Sinduscon da cidade em 2015 mostrou que 70% dos cerca de 130 empreendimentos oferecidos no mercado eram produtos acima de R$ 700 mil – destes, 29% de padrão luxo ou superluxo, custando mais de R$ 1 milhão.
O fator que ajuda a explicar o aumento dos valores dos imóveis usados acima a inflação é a ¿descoberta¿ mais recente da cidade. Com a fama de Balneário no mercado de luxo, Itapema passou a ser vista como alternativa mais tranquila e não menos atrativa para investimentos. Aí, sobe o preço dos novos, que reflete nos usados.
Florianópolis também entra nesse corredor litorâneo de turismo e padrão elevado de vida, aparecendo como destaque na região Sul, ao lado de Itapema e Balneário, com alta de 8,4% em 2015. Na Capital, o Sinduscon aponta fatores semelhantes aos das outras cidades, como mudanças no plano diretor e a crise que diminui a oferta e a demanda, além do fator geográfico.
– A falta de áreas destinadas à construção também influencia. Tanto por ser uma ilha, como por ter um grande espaço de preservação, os terrenos têm um valor mais alto – avalia o presidente do sindicato da Grande Florianópolis, Helio Bairros.
Mesmo ao lado da valorizada Florianópolis, São José tem o resultado oposto ao da Capital: é a única do Estado entre os municípios com preço do metro quadrado nos imóveis novos mais baixos do país. A pesquisa considerou preços de 73 cidades onde houve lançamentos.
O Sinduscon pondera que a cidade passa por mudanças no plano diretor e, por isso, ainda se deve aguardar para ver como isso afetará a oferta de imóveis na região.
– É preciso mencionar que a cidade ainda tem muitas áreas destinadas à construção, assim como desenvolvimento de infraestrutura. Muitos empreendimentos aproveitam a oferta de espaços – assim como a falta de entraves burocráticos que vieram com o plano diretor em Florianópolis. Outros fatores, como a própria renda dos habitantes, influenciam nesses valores – diz o presidente do Sinduscon da Grande Florianópolis, Helio Bairros.
Com o esgotamento das áreas de construção em Florianópolis, um movimento natural que tem se percebido é a migração para cidades próximas, como São José, Palhoça e Biguaçu.
– Se nós descontássemos o efeito do preço elevado dos terrenos em Florianópolis, é muito provável que o valor dos imóveis estivessem mais próximos na Capital e em São José, porque essa migração já vem ocorrendo – acrescenta Bairros.
Fonte: http: dc.clicrbs.com.br